Por volta de uns dois anos atrás, durante uma reunião espiritualista que participo aos sábados, aconteceu um fato durante um atendimento que até então nunca tinha presenciado ou sequer tomado conhecimento.
Acho importante relatar esses tipos de acontecimentos, para percebermos o quanto é primordial que tenhamos a mente sempre aberta e livre de preconceitos.
A sala estava cheia de pessoas esperando tratamento. Como de costume em nosso trabalho, disponibilizamos uma cadeira no centro de uma roda formada tanto pelas pessoas a serem atendidas quanto pelos os médiuns da casa.
Após os preparativos e a prece inicial chamamos uma pessoa por vez para sentar na cadeira, quando a pessoa assistida se acomoda na cadeira, um médium é designado para atendê-la. Esse trabalhador é sempre escolhido pela espiritualidade por sua afinidade energética com a Egregora da pessoa. Durante o tratamento, ele tem a liberdade de chamar qualquer pessoa do circulo para auxiliá-lo.
A primeira assistida foi uma mulher aparentando uns 30 anos, ela nunca tinha estado ali antes, e estava temerosa com o que podia acontecer na quando sentasse na cadeira. Eu fui o médium escolhido para esse tratamento.
Pela intuição percebi que precisava ir para as costas dela, comecei a me conectar com a sua energia e a dos mentores para ver o que viria dessa conexão. O que a trouxe ao nosso trabalho foi à queixa de muito cansaço e que nada aparentemente parecia dar certo na vida, nem o lado pessoal e muito menos o profissional.
Conforme fui me conectando, pude perceber uma energia mais densa que ia tomando conta de seu campo energético, identifiquei uma criatura que a acompanhava.
Recebi de meus mentores que eu precisaria fazer um contato com esse espírito, uma captação ou incorporação como chamam alguns. Alertei o grupo para que eles ficassem de prontidão caso a situação precisasse de algum apoio.
A criatura se aproximava e comecei a percebê-la mais nitidamente pela clarividência. Era um espírito assustador, o corpo todo se encontrava em carne viva, andava sobre duas pernas, mas não lembrava um ser humano, parecia uma larva, com olhos pretos como os de inseto e as mãos lembravam garras.
Dei – início ao contato, a sensação era péssima, fisicamente o corpo se contorcia, o mal estar era geral. Durante a captação, consigo fazer um elo mental com o Espírito, então consigo saber o que ele pensa e ver o que ele vê. Ao mesmo tempo ele consegue fazer o mesmo comigo. O que facilita em muito a comunicação mental.
Quando me conectei mentalmente com a criatura, algo diferente aconteceu. Estranho ao meu pensamento inicial não havia sentimento de maldade, raiva, ódio ou rancor. Ao contrário havia carinho, misturados com dor e culpa.
Começamos a conversar mentalmente, tentei descobrir algo mais profundo sobre a criatura.
O estado energético dela impedia uma conversa mais clara eu precisava traduzir os sentimentos que ela emanava conforme eu ia jogando as imagens em sua mente.
A criatura me passou que gostava muito da mulher assistida, e que precisava ajudá-la de qualquer jeito.
Logo pensei:
– Deve ter a prejudicado em alguma existência, se arrependeu e veio aqui remediar.
Pensamento esse que rapidamente gerou uma resposta de negação vindo da criatura.
Demos continuidade, afinal se quer ajudar todos são bem vindos.
Quando a criatura posicionou as mãos sobre a assistida para começar a irradiar as energias ela paralisou. (a mulher paralisou ou a criatura?)
Parou e ficou olhando por alguns minutos as próprias mãos deformadas, foi então que o inesperado ocorreu. O Espírito começou a chorar, pela primeira vez em tempos se deu conta em olhar o próprio corpo.
Como eu ainda estava em conexão, pude não só ver o que a criatura via, como sentir sua confusão e tristeza mental por se encontrar naquela situação.
A agonia começou a consumi-lo tanto que se desfez a conexão, ele saiu correndo atravessando a parede. Momento em que pude perceber uma equipe de socorristas à postos para auxiliá-lo.
Nesse instante, através de uma conexão mental com um dos mentores, que coordenavam o trabalho, me foi esclarecida a situação.
Aquela criatura deformada, na verdade era a avó muito querida pela neta, as duas mantinham uma conexão que foi alem da vida material, a avó através dessa conexão e no intuito de auxiliar a neta, acabou ficando conectada por um sentimento de apego e super proteção.
Ao longo dos anos ao lado da neta tentando se comunicar em vão, os sentimentos foram se transformando em remorso, sensação de impotência, tristeza. Sentimentos esses que acabaram por prende-lo em um ciclo vicioso, deformando seu perispírito em uma forma animalesca.
Quanto mais essa energia consumia a avó era também transmitida à neta com quem mantinha uma conexão direta, impossibilitando ambas de seguirem seus caminhos.
Os socorristas já haviam tentado inúmeras vezes fazer o resgate do espírito da avó, mas ela mesma impossibilitava essa ajuda ao se manter em um padrão baixo de pensamento.
Foi através desse contato com o médium que ela pôde quebrar esse padrão que a aprisionava e fazer com que tivesse consciência de sua própria situação, às vezes só e preciso um contato rápido para se sair do transe.
Após esse tratamento, ambas tiverem uma oportunidade de um recomeço e de nutrirem sentimentos salutares uma pela outra.
A avó começaria um processo intenso de cura em um hospital no astral com uma equipe de médicos, a neta por sua vez começaria a reestruturar seus padrões de pensamentos e a mudar sua vida de encarnada.
Para mim ficou mais uma bela experiência repleta de ensinamentos, pois uma parte da história da avó ficará sempre na minha lembrança, adquirida nesses breves momentos do tratamento.
Gratidão sempre pelas maravilhosas oportunidades.
A iulustração do espirito na forma animalesca lembra muito o monstro do filme ´´A Mosca´´.
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Lembra mesmo!…kkk
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