
Queridos amigos, esse texto é uma referencia aos últimos acontecimentos de ordem espiritual que tem rondado minha vida.
Há um tempo venho coordenando minhas reuniões espiritualistas, mas de uns dias pra cá venho recebendo um chamado interno para a minha verdadeira vocação espiritual. Ajudar relatando minhas experiências, e com as experiências de quem eu convivo, porém de uma nova perspectiva. Seria como ver a mesma coisa sob um prisma diferente, mais leve, sem julgamentos, e de forma espiritualizada.
Eu achava que meu caminho seria o de coordenar reuniões, auxiliar as pessoas pessoalmente, e quando isso começou a falhar, me senti culpado por não entregar aquilo que eu julgava o certo.
Voltei a psicografar em algumas segundas-feiras, as primeiras tentativas de retomar essa função foram desastrosas, me colocando ainda mais para baixo. Foram se passando as semanas e de forma pacata meus amigos vieram me passando textos de reflexão. Estranho psicografar textos para que você mesmo possa refletir sobre seu caminho, textos que entraram como semente na terra, e germinaram em poucas semanas.
Eu estava decidido! Não coordenaria mais as reuniões e só ficaria responsável pelos textos, o choque foi geral, muitos não entenderam, mas apesar de tudo pude sentir uma paz inebriante que tomava conta do meu ser, não havia mais disputa era simplesmente hora de seguir.
Engraçado que há um ano atrás, houve um ocorrido que só hoje fez sentido pra mim. Durante uma das reuniões, nos últimos minutos meu mentor veio e me destituiu do cargo de dirigente, pedindo para eu treinar outra pessoa, para assumir o meu lugar.
Não vou negar que fiquei muito chateado na hora e por várias semanas, pensava constantemente: “a espiritualidade não tem tempo para perder, se eu estou sendo desligado do trabalho é por que algo vai acontecer”.
É uma tendência nossa pensar sempre em algo negativo, eu rapidamente fui tomado pelo pensamento de que eu iria morrer (chega ser até engraçado ler isso hoje), e por isso eles precisariam de outro em meu lugar, esse pensamento me perseguiu por muito tempo.
Até ser substituído por outro! Eu pensava: “aaah… entendi, é por que agora vou começar a viajar muito, por conta da profissão e não conseguirei conciliar”. Estava enganado, a reposta viria somente agora.
Era hora de eu voltar ao meu caminho, hoje tenho essa maturidade para entender e enfrentar os desdobramentos de minhas escolhas. Me sinto mais forte, mais calmo, mais consciente, e preparado. Gratidão a Deus pelas coisas serem no Seu Tempo e não no meu.
Como todo processo de reencontro com nossa missão, devemos passar por algumas etapas. A primeira etapa: desconstrução, talvez a mais penosa e difícil, pois a percebemos quando fazemos nossas tarefas e tudo parece ir contra a correnteza da vida, sentimos que erramos mais do que acertamos. Nessa fase a persistência em manter o mesmo padrão começa a nos causar dor, algumas vezes é necessário, pois nosso ego não nos permite reconhecer que talvez tenhamos errado em algumas decisões. A permanecia no erro nos é avisada pela dor e ausência de paz no coração. Mas Deus, em sua infinita bondade, permite que a cada minuto possamos fazer a retomada de nosso caminho.
A próxima etapa se refere a: reconstrução desse caminho. Ele é árduo e depende muito da nossa humildade em reconhecer erros que muitas vezes nos foram impostos por outros ou até pela sociedade. A nossa felicidade depende apenas de nós, a seu tempo e sua forma. Nessa reconstrução muitas vezes é preciso que visitemos a nossa essência esquecida e lembremos dos alicerces de nossa construção interna.
Aquela dúvida que tu carregas no seu entorno encontra resposta no seu âmago. Tu tens a resposta que tanto desejas. Mas eu sei minha filha, dói demais olhar para dentro e ver quantas coisas perdemos por escutar os outros. Mas não te abales. É sempre tempo de recomeçar. Recomeças de onde tu estas e com o que tens. Deus não desampara nunca! Começa hoje tua marcha de volta a ti mesmo. E Deus colocará os anjos, ou mentores em teu caminho.
É nessa fase que me encontro hoje aqui escrevendo para vocês.
Desci achando que meu caminho era um, e quando ficou insustentável permanecer lá, dei meu primeiro passo para o reencontro de mim mesmo. E olha só qual não foi minha surpresa, encontrei meus velhos amigos e companheiros me aguardando de braços abertos e ansiosos para retomar o trabalho. Sem julgamentos ou repreensões.
Afinal, quem de nós encarnados ou desencarnados podemos nos erguer e dizer: “eu transitei por esse mundo e não errei”.
Começar hoje é melhor do que amanhã. Pensais sempre: “é aqui que devo estar? Se todos dizem que é certo por que o vazio ainda assola meu peito?”. Já era dito há tempos “Ajuda-te e o Céu te ajudará”.
Fica aqui essa reflexão que já rondou meu caminho muitas vezes:
Só o amor liberta. Só o amor tranquiliza e trás paz.
Que Deus Abençoe a todos, e que vocês se sintam confortados. Tudo é importante! A dificuldade amadurece a carne, e forja o espírito para receber a luz que resplandece o amor.
Gratidão.