MEDIUNIDADE, NEM TUDO É COMO PARECE. (Parte 1)

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Olá, em primeiro lugar gostaria muito de agradecer os e-mails e mensagens que tenho recebido em relação aos textos. Sempre foi minha proposta mostrar essa parte “Invisível” que se passa durante os diversos tipos de reuniões e atendimentos que tive a oportunidade de participar, a fim de auxiliar, dar conhecimento e mesmo criar uma situação de reflexão onde todos possam ganhar e evoluir como Seres Universais.

Dentre os e-mails muito me perguntam e questionam os pontos positivos e negativos de se perceber os espíritos, no meu caso por meio da clarividência. O que possibilita enxergar pela visão astral (terceira visão) situações, eventos, objetos e também os mentores, parentes, amigos e opositores (Prefiro chamar de opositores a obsessores, mas isso fica a critério de cada um).

Nesse texto vou me ater apenas ao tema “Parentes Desencarnados” e como foi e é minha experiência e convívio com eles.

Quando minha mãe desencarnou em 2001 devido a uma metástase de um câncer de pulmão, (embora nunca tivesse fumado sempre guardou muita mágoa na vida e como já vimos em textos anteriores à mágoa sempre ataca energética e fisicamente os pulmões).

Eu fiquei muito apreensivo e ansioso em poder vê-la. Naquela época eu não tinha tanta maturidade espiritual, então só consegui percebe-la 1 ano depois do seu desencarne.

Ela vestia uma roupa preta, estava bem triste e ainda careca, mantinha o mesmo corpo astral de quando ainda estava com a doença. Falava pouco e chorava muito, quase não se comunicava.

Em 2003 comecei a me encontrar com ela fora do corpo. Ela já estava melhor, os cabelos haviam crescido, já era minha mãe, mas ainda estava muito presa emocionalmente, afobada e acelerada para falar. Como o tempo era curto e na cabeça dela tinha muita coisa para ser expresso acabava atropelando as frases. Na condição extrafísica comunicamo-nos pelo pensamento e não pela fala. Tudo era novo para ela, nem conseguia volitar entre os planos, eu precisava esperar o Aerobus que traziam as pessoas para poder falar com ela. (Aerobus é um veículo espiritual, que serve para o transporte de espíritos, apareceu a primeira vez no livro “Nosso Lar”, de autoria de André Luiz e psicografado por Chico Xavier)

Em 2005 foi a primeira vez que ela tentou me ajudar, na época eu não estava conversando com meu pai (Sim! Médiuns também têm problemas. Parentes difíceis, colegas de trabalho de difícil trato, etc…). A espiritualidade na época nos aconselhou esperar um pouco, pois estávamos amadurecendo nossas emoções. Meu pai é materialista e minha mãe sempre foi espiritualista, digamos que cresci em meio a um cabo de guerra e tive que me adaptar.

Eu só percebi que este encontro entre nós não daria certo quando já estava no avião indo visitar meu pai (Ele mora em Porto Alegre). Como suspeitei o encontro foi um desastre, fomos mexer em feridas abertas e nenhum dos dois estavam prontos para o que resultou da conversa. Minha mãe que assistia tudo ficou decepcionada comigo, pois ela também estava ligada ao nosso emocional.

Lembro até hoje da cena: minha mãe no canto da sala com dois mentores e no outro canto dois opositores instigando a briga entre eu e meu pai. Eu, meninão de tudo, e meu pai também imaturo, optamos pelo caminho mais fácil, seguir os instintos e falar sem pensar.

Hoje meu pai e eu nos damos super bem, e damos risadas dessa história, ele mais do que eu, pois acredita que ver espíritos é coisa da minha cabeça, então a diversão é dobrada para ele.

Após essa data minha mãe sumiu de vez, aparecia nas reuniões em que eu trabalhava mas não se fazia visível para mim. Fui trabalhando essa situação e em 2010 ela começou a me visitar no meu aniversário, aí que começa uma das maiores lições do espiritismo, que todos conhecem na teoria, mas poucos na prática.

Tudo evolui, tudo está em constante transformação.

Ao logo de seis anos – 2010 a 2015 – quando foi à última vez que a vi, percebi seu amadurecimento espiritual. Cada ano que passava ela estava diferente, menos emocional mais espiritual, aquele Ser que veio me ver nos últimos anos já não era mais a minha mãe. Ela já tinha sua consciência universal, foi mãe de muitos, esposa e marido de muitos, filho e filha.

Aquela assinatura emocional que me ligava a ela tinha sumido, era um espírito de luz que lutou muito nesses 12 anos de aprendizados e desapegos.

Confesso que isso me deixou muito triste no começo, pois eu acreditava que realmente iria reencontrar minha mãe do mesmo jeito, mas pensando bem isso seria um tremendo egoísmo da minha parte, prender a evolução natural do espírito encarnado ou desencarnado.

Tenho acompanhado várias situações semelhantes, com amigos próximos, parentes meus e das pessoas que atendo nos trabalhos.

Quando falamos de desapego, não é só de itens materiais, mas a ideias, conceitos e emoções.

Evoluir é despegar-se e seguir em frente agradecendo sempre pela oportunidade.

É como apreciar um rio, a água passa te nutre e continua seu caminho e nós aproveitamos o momento.

Portanto, para quem é muito apegado a emoções, a clarividência pode ser um baque no primeiro instante, mas depois nos acostumamos a seguir o fluxo. Aprendemos a ver as coisas como são não como gostaríamos que fosse, ou pelo que achamos que é certo.

O trabalho da mediunidade é um trabalho de imensa responsabilidade, que tem que vir com uma base moral e intelectual.

Não basta ter a capacidade de ver.  Ver não significa saber. Ver por meio da clarividência é o mesmo que ver com os olhos materiais, se você não tiver o conhecimento do que foi visto, vai passar adiante informações erradas.

Devemos sempre manter o habito de estudar.

Gratidão pela oportunidade.

12 comentários sobre “MEDIUNIDADE, NEM TUDO É COMO PARECE. (Parte 1)

  1. Neto, bom dia! Como sempre seus textos e ilustrações são certeiros! Meus pais desencarnaram juntos no ano de 2000 e isso me abalou, mesmo sendo espírita desde criança. Porém, choque grande igual tive há alguns anos quando os percebi, não mais meus pais, mas seres com milhares de anos de vivências, olha… Foi difícil! A parte em que vc descreve o seu “egoísmo”, eu a entendi perfeitamente rs.
    Como é bom saber que tudo está em constante evolução, da mesma forma que meus pais, hoje também sou diferente e espero que seja um diferente melhor… Enfim, só passei para compartilhar com vc meu pedacinho de história e para parabenizá-lo pelo jeito tão didático de descrever o lado de lá. Até mais!!

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  2. Incrível suas experiências sendo clarividente. Eu, quando não tomo os meus remédios, digamos que por uns 2 dias no máximo (obs: tenho esquizofrenia e depressão), começo a ver vultos como se tivesse alguém aqui na minha casa. Acho que de fato tem devido ao ambiente aqui não ser tão positivo quanto eu gostaria que fosse. Precisava muito de uma luz e saber que nem tudo que eu vejo é loucura da minha cabeça devido a eu ter essa doença. Me sinto muito limitada morando numa cidade super pequena e tendo que tomar os meus remédios. Sinto que se fosse pra uma cidade maior, minhas possibilidades de crescimento seriam muito maiores. Se não for pedir muito e você puder entrar em contato comigo, pelo meu email, eu ficaria eternamente agradecida! Gratidão por compartilhar suas experiência de uma forma tão clara e objetiva! Que Deus e os espíritos superiores continuem a iluminar a tua caminhada!

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  3. Que blog legal. Tenho acompanhado todas as postagens. Apesar de pertencer a um grupo, eu me sinto muito sozinha… tenho várias experiências espirituais… e muitas vezes não consigo lidar com elas. Continue com esse trabalho, nos ajuda muito!

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  4. Boa noite, seu trabalho é lindo e seus textos também. Queria perguntar o que aconteceu para você parar de escrever. Fico muito empolgada com cada leitura, mas no ano atual não tenho visto mais nenhuma.
    Muita Luz para você.
    Cecília.

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  5. Parabéns pelo teu trabalho Baltazar e principalmente por compartilhar de forma tão agradável as tuas caminhadas. A alguns anos recebo mensagens espirituais de familiares que já partiram e de um espírito chamado Harem e ele sempre diz,só estamos aqui para amar e perdoar e fazer a nossa própria melhora e aceitação de si próprio. Gratidão.

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